Por Henrique Gonzaga
A temporada de Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro, em João Pessoa, foi muito especial. Além de um forte contato com o público em geral da cidade, que compareceu em peso em todas as apresentações, tivemos a presença de um público que se sentiu convidado por uma questão especial, a presença dos intérpretes em libras.
A temporada de Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro, em João Pessoa, foi muito especial. Além de um forte contato com o público em geral da cidade, que compareceu em peso em todas as apresentações, tivemos a presença de um público que se sentiu convidado por uma questão especial, a presença dos intérpretes em libras.
Durante toda a produção do espetáculo na
cidade, foram feitos contatos com instituições que trabalham com pessoas surdas,
esse contato foi feito com a intenção de que tivéssemos esse público nas
apresentações. Eles foram chamados e foram.
Contamos com o trabalho dos intérpretes
Nice e Léo, que discutiram com o grupo de que forma eles poderiam trabalhar,
dentro do espetáculo, para que a comunidade surda tivesse um contato direto com
eles e com o espetáculo. A conversa foi longa, procuramos formas de integrar os
intérpretes na cena de uma forma que o público surdo tivesse a experiência da
melhor forma possível. Durante as apresentações tínhamos cadeiras reservadas em
um espaço específico, de frente para os intérpretes, mas que a cena também
pudesse atravessar eles.
Nos debates que eram feitos após cada
apresentação, a comunidade surda que esteve presente, elogiou muito o
espetáculo e demonstrou o descontentamento com o fato de poucas produções
teatrais não terem, na equipe, intérpretes de libras. Esse fato diminui a
possibilidade deles terem acesso a vários bens culturais. Essa demanda de
acessibilidade é uma constante nas artes e é preciso discutir formas para que
todas as pessoas possam ter o direito à cultura respeitado.
Além dos intérpretes em libras, nessa
circulação também tivemos uma parte do material de divulgação em braile, áudio
descrição de cenário e figurino, e visita tátil para pessoas cegas ou com baixa
visão. Registramos um agradecimento especial ao CEPID-CE que imprimiu todo o
material em braile dessa temporada.
O Nóis de Teatro cada vez mais tem
entendido as questões de acessibilidade como de fundamental importância para o
processo de fruição da arte, mas para isso é preciso que se tenha uma
conscientização dos gestores de cultura para que forneça meios para que essa
acessibilidade. A Petrobras e o Ministério da Cultura, exigirem nos orçamentos
dos projetos que tenha as metas de acessibilidade, faz com que os artistas
tenham condições financeiras de custear esse trabalho e isso faz toda a
diferença no processo de acessibilidade.
Este projeto foi contemplado no Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2017/2018.
Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal.
Este projeto foi contemplado no Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2017/2018.
Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal.
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